Se vamos falar sobre Acidente Vascular Cerebral (AVC), é imprescindível relembrar que os sinais mais comuns costumam ser perda súbita de força e/ou formigamento no rosto, braço ou perna de um lado do corpo; dificuldade de falar; perda de visão repentina em um ou nos dois olhos; forte dor de cabeça. Há outras informações valiosas que pouco são mencionadas, por isso trouxe neste texto. Vamos lá?

1. Existe recuperação depois de um AVC

Com o atendimento emergencial imediato, o neurologista pode analisar as possíveis sequelas, as funções acometidas e iniciar, também com brevidade e se for o caso, os tratamentos de reabilitação.

As possíveis sequelas após a ocorrência de um acidente vascular cerebral podem ser motoras, neurológicas e emocionais, tais como:

  • Depressão;
  • Desequilíbrio;
  • Dificuldade na localização espacial;
  • Dificuldade para falar, comer, engolir a própria saliva;
  • Espasticidade;
  • Impaciência;
  • Isolamento;
  • Paralisia facial;
  • Perda de memória (podendo ser definitiva ou não);
  • Problema para se expressar;
  • Redução de mobilidade;
  • Sensação de ardência no lado paralisado.

Isso significa que, além do acompanhamento neurológico, precisará do suporte da fonoaudiologia, da terapia ocupacional e da fisioterapia para retomar as funções de fala, mastigação, coordenação motora e movimentação geral.

A espasticidade, que se apresenta com a rigidez muscular ou espasmos dos membros, tende a evoluir se não receber a atenção adequada e no tempo certo, tornando o paciente incapaz de realizar atividades simples – como tomar banho, escovar os dentes e comer.

Para esses casos, a fisioterapia tem a toxina botulínica tipo A como aliada. A medicação deve ser aplicada por neurologista ou fisiatra nos membros afetados de 4 em 4 meses a fim de promover o relaxamento muscular. Assim, aumentará o relaxamento muscular do membro e a mobilidade do indivíduo.

Além dos benefícios da recuperação da função, a terapia ainda reduz os quadros de dor provocados pela contratura constante dos membros. Seguindo corretamente os protocolos do tratamento, o paciente acometido pelo AVC pode recuperar mais rapidamente a sua autonomia, com a possibilidade de reintegração de suas atividades e da sua qualidade de vida.

2. Existe mais de um tipo de AVC

Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral acontece quando o sangue encontra dificuldade para chegar ao cérebro, interferindo na passagem de oxigênio e outros nutrientes. Sua ocorrência também está ligada ao rompimento de um vaso sanguíneo, que leva à hemorragia cerebral. O primeiro tipo é o que chamamos de AVC isquêmico, enquanto o segundo – como a própria denominação propõe -, é o AVC hemorrágico. O isquêmico é o mais comum, responsável por 80% dos casos. Já o hemorrágico, que acomete os 20% restantes, é o tipo mais perigoso de AVC devido ao maior risco de morte e sequelas severas à pessoa.

3. É possível ter AVC mais de uma vez

O paciente que teve um AVC apresenta de 25 a 30% mais chances de desenvolver um segundo evento. Para reduzir as possibilidades de nova ocorrência, tratar as causas iniciais e aderir hábitos saudáveis de vida são estratégias fundamentais.

4. Coronavírus pode aumentar a chance de um acidente vascular cerebral e piora das sequelas

Apesar de estarmos convivendo com a covid-19 há mais de um ano e meio, ainda estamos assimilando como ela age nos mais diferentes perfis de pessoas, incluindo pacientes neurológicos. O que entendemos é que as manifestações mais comuns a todos são perda do olfato e paladar, tontura, confusão mental, dor de cabeça e, nos casos mais graves, acidente vascular cerebral. Esta última intercorrência se deve ao fato de que o coronavírus ocasiona uma vasta inflamação dos vasos sanguíneos, facilitando a ocorrência do popular derrame.

A World Stroke Organization (WSO) realizou um levantamento que apontou uma queda global de mais de 60% nos atendimentos de AVC após o início do isolamento social. Isso porque as pessoas passaram a sentir medo de contrair a covid-19 ao visitar hospitais. Além disso, muitas pessoas relaxaram nos cuidados gerais com a saúde, deixando de praticar atividade física e consumindo mais alimentos ricos em gordura.

Tudo isso contribui para o aumento de ocorrências e agravo de sequelas, que podem levar os pacientes à dependência total de outras pessoas e ao desenvolvimento de demência, por exemplo.

5. É possível prevenir o AVC

Como expliquei acima, a prática de maus hábitos pode reverberar negativamente na saúde do paciente. Portanto, buscar o equilíbrio é necessário para contribuir com o bom funcionamento do corpo. Consumir alimentos ricos em nutrientes, beber bastante água, se exercitar, não abusar de bebidas alcoólicas, evitar tabagismo e realizar consultas anuais para check up são manobras fundamentais para prevenção do acidente vascular cerebral.

 

Este conteúdo visa informar e não substitui a orientação de um especialista. Consulte o seu médico para esclarecer quaisquer dúvidas e realizar diagnósticos.