Em 17 de outubro é celebrado o Dia Mundial de Combate à Dor, que tem como objetivo alertar a população leiga, bem como os profissionais da saúde, sobre a importância de tratar esta manifestação tão presente em pessoas com as mais diferentes condições de doenças.
Criada pela International Association for the Study of Pain (IASP), que no Brasil é representada pela Sociedade Brasileira pelo Estudo da Dor (SBED), a data difunde o impacto do sintoma doloroso – especialmente em pacientes crônicos – e as inovações médicas para a sua contenção.
Entendendo a fisiologia da dor
A dor é um fenômeno sensorial que, apesar de incômodo, tem uma função importante de alerta sobre algo que não vai bem em nosso organismo. Em situações agudas, ela nos adverte de um enfarte, AVC, uma cólica renal ou crise de apendicite. Graças a ela, procuramos socorro médico.
No entanto, em sua forma crônica ela passa a ser tão limitante quanto a própria doença que a originou, podendo até permanecer após o distúrbio já ter sido curado. Um exemplo é quando uma pessoa é acometida de herpes-zoster, o popular cobreiro, que causa uma lesão irreversível do sistema nervoso após curado. Seu sintoma é um quadro doloroso intenso em forma de choque e queimação, conhecido como dor neuropática.
O mesmo pode ocorrer em pessoas que se curaram de um câncer e desenvolveram processo semelhante de lesão dos nervos, como consequência de uma quimioterapia ou radioterapia.
Há diversas disfunções crônicas que em essência causam dores crônicas, como fibromialgia, enxaqueca crônica, neuropatia diabética, distonia, esclerose múltipla, sequelas pós-avc, paralisia cerebral e também traumas medulares, onde se desenvolvem nestas últimas, quadros de espasticidade (rigidez e contratura dos membros).
Tratamentos da dor crônica
A medicina tem evoluído no desenvolvimento de medicações e procedimentos que podem ser conduzidos, por diferentes especialistas, em um tratamento multidisciplinar.
Cada terapia irá ser definida pelo tipo de doença, dor e seu grau de acometimento, que de forma geral vão atuar no sistema sensitivo e modulador da dor. Nestes casos, podem ser recomendados os antidepressivos, anticonvulsivantes e opioides.
Dentre as medicações injetáveis, a toxina botulínica A tem se apresentado como importante indicação, assim como os procedimentos de neuromodulação periférica, como a estimulação magnética transcraniana.
O importante é considerar que toda dor tem tratamento, que deve ser conduzido com o mesmo foco e importância com que se trata o problema de base. Embora senti-la possa ser comum nas condições crônicas, nunca poderá ser encarada como algo normal ou natural de se conviver.