Cefaleia, enxaqueca crônica, dor de cabeça, enxaqueca… As nomenclaturas podem ser diferentes, mas todas apresentam um fator em comum: a dor intensa na cabeça. Mais do que ser acompanhado por um neurologista, adequar a rotina para evitar os episódios dolorosos é uma estratégia que tem feito a diferença na vida de muitos pacientes.
Como evitar a enxaqueca?
A enxaqueca é apenas um dos mais de 150 tipos de dor de cabeça, mas é o mais prevalente. Sua ocorrência está ligada ao que chamamos de gatilhos, ou seja, alguns fatores (internos e/ou externos) favorecem o surgimento da dor. Entre eles costumam estar:
- Abuso de analgésicos;
- Estresse;
- Falta de planejamento alimentar;
- Ingerir alimentos ou bebidas que o organismo é mais vulnerável (por exemplo: chocolate e vinho);
- Não dormir o suficiente.
Assim, um dos métodos complementares ao tratamento da enxaqueca é a prática de comportamentos que impedem esses itens da lista acima. Parece fácil, mas diante da necessidade de conciliarmos vida pessoal e vida profissional, fica fácil perdermos o equilíbrio. Nos vemos obrigados a reduzir o ritmo somente quando a dor de cabeça se faz presente.
Para combater a enxaqueca no dia a dia
Tendo consciência disso, separei algumas sugestões que podem te ajudar, assim como me ajuda. Eu também lido com a enxaqueca como paciente – não apenas como médica – e entendo o quão incapacitante pode ser.
Planejamento alimentar
Cuidar da alimentação é imprescindível. Se você quer reduzir os episódios de dor, melhorar a qualidade do que se come é essencial. Sendo assim, para driblar a rotina atribulada e as tentações, planeje suas refeições. Se for possível, leve a própria comida para o trabalho. Quando você roteiriza todo o seu dia fica mais difícil fazer algo além do planejado. Se você gosta de comer um doce depois do almoço, algumas frutas podem te satisfazer. Com uma maçã em mãos, por exemplo, a probabilidade de você desviar a opção do doce para chocolate será menor. Ainda mais quando um de seus gatilhos de crise é o próprio chocolate.
Não se esqueça de se organizar o suficiente para não ficar muitas horas sem comer. A fome pode ser outro gatilho para a enxaqueca.
Hidratação
Você sabia que a falta de água pode provocar dor de cabeça? Isso porque o cérebro é composto por água e também precisa dela para desempenhar bem as suas funções.
Para evitar o esquecimento, tenha sempre à vista uma garrafa de água. Olhou para ela? Beba um pouco. Se mesmo assim você esquece, hoje existem diversos aplicativos que podem desempenhar o papel de lembrete para você manter a hidratação em dia. Caso você tenha dúvidas da quantidade ideal a ser consumida ao longo do dia, este vídeo que gravei recentemente pode te ajudar.
Estresse controlado
O que antes era uma consequência de diversos problemas de saúde, hoje se tornou a causa. A cada situação com a qual lidamos diariamente recebemos uma dose de estresse. Um pouco aqui, um pouco ali, muitas vezes chegamos ao fim do dia com a cabeça explodindo, não é verdade?
Como não podemos evitar muitos desses problemas, é preciso aprimorar a maneira de lidar com eles. Felizmente, as opção são vastas: atividade física, terapia ocupacional, acupuntura, massagem relaxante, filmes, leitura, viagem… Tudo o que você precisa fazer é desvendar a opção que melhor te supre. Tendo descoberto qual é o seu bode expiatório, tire diariamente de 30 minutos a uma hora para você se reconectar consigo. Os primeiros dias são difíceis, mas depois a recompensa é gratificante.
Sono em dia
Tão importante quanto o manejo do estresse é colocar o seu corpo e a sua mente para descansarem. Para evitar a enxaqueca, criar o hábito de dormir sempre no mesmo horário e a mesma quantidade de horas também deve integrar a sua rotina. Assim como dormir pouco pode gerar dores de cabeça, o excesso de horas também.
Você não precisa ser refém, mas ficar de olho aos sinais do seu corpo é um meio de prevenção. Você foi dormir um pouco mais tarde? Se possível, durma a mesma quantidade de horas, mesmo que acorde um pouquinho mais tarde.
Uso de analgésico sob controle
O abuso de medicamentos analgésicos pode desencadear a enxaqueca, por isso é importante ingerir a medicação com consciência e sob prescrição médica. Avalie junto ao seu neurologista qual fármaco é o mais indicado para você e em quais circunstâncias pode recorrer, quantas vezes ao longo da semana. O uso indiscriminado de analgésico pode piorar o seu caso e, ainda, promover a cefaleia rebote – quando o organismo provoca dor para receber nova dose do medicamento.
Tratamento da enxaqueca é assunto sério
Além das medidas comportamentais, aderir ao tratamento medicamentoso com acompanhamento de um neurologista contribui de forma exponencial no alívio da enxaqueca. E aqui eu aproveito para reforçar: sempre converse com o seu médico a respeito de seu tratamento. Hoje, tanto o uso de analgésicos quanto o uso da toxina botulínica podem ser eficazes para trazer conforto em meio às dores.
Este conteúdo visa informar e não substitui a orientação de um especialista. Consulte o seu médico para esclarecer quaisquer dúvidas e realizar diagnósticos.